TCU celebra os 160 de nascimento de Serzedello Corrêa

O Tribunal de Contas da União celebrou, na sessão plenária da última quarta-feira (20), os 160 anos de nascimento de Serzedello Corrêa, constitucionalista e um dos responsáveis pela idealização e criação do Tribunal. O presidente Raimundo Carreiro fez um pronunciamento, acompanhado da exibição de um vídeo, que saudou a trajetória pública de Serzedello, sua competência, coragem, inteligência e dedicação ao país.

Innocencio Serzedello Corrêa nasceu em 16 de junho de 1858, na cidade de Belém do Pará e foi o principal responsável pela regulamentação e funcionamento do Tribunal de Contas no Brasil. Raimundo Carreiro lembrou, em seu discurso de homenagem, que apesar do TCU ter surgido ainda no período monárquico, foi somente na República que a instituição passou a desempenhar, em plenitude, suas funções públicas. Nesse contexto, Serzedello teve papel fundamental quando ocupava a posição de ministro da Fazenda do governo de Floriano Peixoto, assegurando que o Tribunal efetivamente saísse do papel.

Raimundo Carreiro lembrou a infância difícil de Serzedello, órfão de pai aos onze anos, e de como ele construiria uma carreira brilhante como militar, geógrafo, político e intelectual. O presidente destacou momentos marcantes da vida do paraense, como a defesa intransigente da abolição da escravatura, a criação da Academia Paraense de Letras e do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso. Também foi lembrada a atuação do homenageado como árbitro em questões de fronteira e a atividade como ministro em diferentes áreas do Governo de Floriano Peixoto. Mas a passagem da vida de Serzedello que mereceu especial referência de Raimundo Carreiro foi o momento em que ele renunciaria à pasta da Fazenda por negar-se a referendar um decreto presidencial que interferiria na independência da atuação do Tribunal de Contas. “Homem plural em saberes e ações, atuando em momentos efervescentes da vida política e administrativa do país, Serzedello Corrêa construiu sua vida de homem público com inquestionável competência, inflexível coragem e raro sentimento do bem comum”, comenta o presidente do TCU. Carreiro lembrou ainda do testamento de Serzedello, que aponta como “uma das mais comoventes narrativas de probidade administrativa que um homem público poderia deixar às gerações futuras”. Carreiro conclui dizendo que a peça é “um eloquente manifesto de amor à pátria e da irretocável lisura de uma vida inteiramente dedicada à causa coletiva e ao benefício do país”.

Serzedello Corrêa faleceu em 5 de junho de 1932, no Rio de Janeiro. Sua memória é lembrada atualmente na Escola Superior do Tribunal de Contas da União, que leva seu nome.